Nesta quinta-feira (11), o governo de Mato Grosso do Sul divulgou que os incêndios no Pantanal foram oficialmente zerados. A informação foi confirmada em uma transmissão ao vivo realizada pelo governo estadual. Neste ano, o fogo devastou mais de 766 mil hectares do bioma pantaneiro, deixando um rastro significativo de destruição.
Situação Atual:
De acordo com os dados do BDQueimadas, programa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), não foram registrados focos de calor no Pantanal nas últimas 24 horas. Apesar do fim dos incêndios florestais, a Portaria do PrevFogo indicará o “fim do fogo” apenas após um período de estabilidade térmica, uma vez que a extinção completa depende da estabilização das condições climáticas.
Monitoramento Contínuo:
O monitoramento do bioma continua com a participação ativa dos brigadistas do PrevFogo, Corpo de Bombeiros, Exército e Força Nacional. A tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, destacou a importância do monitoramento constante, mesmo na ausência de incêndios ativos, para detectar possíveis focos de calor e realizar ações de rescaldo.
Ela também alertou sobre a presença de fogo subterrâneo, uma característica do solo pantaneiro, composto por turfa. A turfa, formada pela decomposição da vegetação, pode armazenar calor e causar incêndios profundos e persistentes, mesmo na ausência de chamas visíveis.
Impacto dos Incêndios:
Até esta quinta-feira, aproximadamente 6% do território do Pantanal foi consumido pelas chamas. A devastação inclui jacarés carbonizados e carcaças de animais, evidenciando a grave destruição ambiental. Entre 1º de janeiro e 10 de julho deste ano, foram registrados 3.925 focos de incêndio pelos satélites do Inpe, um aumento de 42% em comparação com o mesmo período de 2020, o pior ano para queimadas no bioma.
Temporada de Fogo e Mobilização de Recursos:
A analista de Conservação do WWF-Brasil, Cíntia Santos, explicou que a temporada de fogo no Pantanal ocorre após o período de vazante, quando a região seca e se torna mais vulnerável a incêndios. Este fenômeno geralmente acontece entre o final de junho e setembro.
Para enfrentar a emergência climática, mais de 500 profissionais estão envolvidos no combate aos incêndios, incluindo brigadistas do Ibama, ICMBio, PrevFogo, Força Nacional, Forças Armadas e militares do Corpo de Bombeiros. A operação conta com 11 aeronaves, como Air Tractors, helicópteros e o KC-390, o maior avião produzido na América Latina, que possui capacidade para armazenar 12 mil litros de água e é especificamente utilizado para combate a incêndios.
Situação de Emergência e Futuro:
Algumas cidades de Mato Grosso do Sul permanecem em situação de emergência, conforme decretado pelo governo estadual. Em junho, o Pantanal enfrentou uma intensa atividade de incêndios, com uma média de 13,5 mil hectares queimados diariamente, equivalente a 9,4 hectares por minuto.
A resposta contínua e a mobilização de recursos serão cruciais para prevenir novos incêndios e mitigar os impactos futuros no bioma. A vigilância e o monitoramento contínuos permanecem essenciais para proteger o Pantanal, uma das regiões mais ricas em biodiversidade do Brasil.