Em entrevista a jornalistas de agências internacionais no Palácio do Alvorada, nesta segunda-feira (22/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo federal adotará medidas de contenção de despesas sempre que necessário para manter o equilíbrio fiscal. “Sempre que precisar bloquear, nós vamos bloquear”, enfatizou o presidente.
Medida Recente de Congelamento
Na última quinta-feira (18/7), o governo anunciou um congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024, com o objetivo de cumprir a meta fiscal de déficit zero para o ano. Esta medida foi tomada para equilibrar as despesas e receitas do governo. Detalhes sobre as áreas afetadas pelos cortes devem ser divulgados no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) do 3º bimestre, produzido pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, previsto para ser divulgado na tarde desta segunda-feira.
Estrutura dos Cortes
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a contenção de R$ 15 bilhões será dividida da seguinte forma:
- R$ 11,2 bilhões de bloqueio, devido a gastos acima do limite previsto no arcabouço fiscal.
- R$ 3,8 bilhões de contingenciamento, em virtude da arrecadação insuficiente para alcançar a meta de déficit zero.
Declarações de Lula
Lula ressaltou que o corte anunciado não foi o primeiro realizado pelo governo e destacou a importância de manter o equilíbrio fiscal para evitar problemas econômicos. “O mesmo dinheiro que você precisa cortar agora você pode não precisar cortar daqui a dois meses. Depende da arrecadação”, explicou.
Críticas à Autonomia do Banco Central
Durante a entrevista, Lula também criticou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e questionou a autonomia da instituição. Ele expressou desconforto com a postura de Campos Neto em relação ao aumento salarial dos trabalhadores mais humildes e mencionou que discutirá a sucessão do presidente do BC com o ministro Fernando Haddad antes do término do mandato de Campos Neto em 31 de dezembro.
O presidente expressou seu desejo de encontrar um sucessor que seja tecnicamente competente, politicamente honesto e sério, e que conquiste autonomia através de sua respeitabilidade e comportamento.