Um recente mapeamento revelou que uma parcela significativa do solo no Rio Grande do Sul está saturada, tornando-se incapaz de absorver mais água. Esse fenômeno, observado após as intensas chuvas dos últimos dias, aumenta consideravelmente o risco de inundações em várias regiões do estado.
O mapeamento, realizado por especialistas, indica que muitas áreas gaúchas estão com taxas de umidade do solo próximas ao limite de saturação, em torno de 1 cm³/cm³, como mostrado no mapa onde o azul mais intenso demarca essas regiões.
O professor Humberto Barbosa, coordenador do Laboratório de Pesquisa em Informática, Padrões e Sistemas (Lapis), explica que nessas áreas com saturação intensa, o solo perde sua capacidade de absorção, resultando no escoamento superficial da água das chuvas e aumentando, consequentemente, os riscos de alagamentos.
“Quando o solo está excessivamente úmido, sua capacidade de absorver água é reduzida, assemelhando-se a uma esponja completamente encharcada. Isso significa que o solo atingiu seu ponto máximo de saturação, não podendo mais reter água”, detalha Barbosa.
O mapeamento também revela que algumas regiões do estado ainda mantêm uma condição mais favorável, onde o solo seco tem a capacidade de absorver a água das chuvas. Barbosa enfatiza que em condições normais, essa água seria absorvida pelo solo, alimentando o lençol freático e evitando problemas de inundações.
Entretanto, as recentes chuvas no Rio Grande do Sul têm impactado severamente diversos municípios. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nas últimas 24 horas, foram registrados volumes significativos de precipitações em várias áreas do estado. Viamão, por exemplo, registrou 123,6 mm, enquanto Porto Alegre teve 114,1 mm e Gravataí, 100,4 mm.
As consequências das chuvas já são evidentes, com vias inundadas em Porto Alegre na quinta-feira (23/5), o que resultou na suspensão das atividades escolares tanto nas instituições públicas quanto nas privadas nesta sexta-feira (24). O Cemaden destaca que um total de 28 municípios foi afetado pelas fortes chuvas, evidenciando a urgência de medidas para lidar com os riscos associados às condições do solo e às precipitações.